Por que Falar é a melhor solução? Setembro Amarelo
- laylaehing
- 3 de set. de 2018
- 3 min de leitura

Setembro amarelo é uma campanha do Centro de Valorização da Vida (CVV) que busca trazer o diálogo sobre o suicídio para a sociedade. Desde 2015 o mês busca a conscientização e a prevenção do suicídio. O CVV fundado em São Paulo, em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, respeitando o sigilo e anonimato.
E por que Falar é a melhor solução?
A razão inicial é a quebra de tabus e o enfrentamento do problema. O suicídio é uma questão de saúde pública, que leva em média 32 brasileiros por dia. O suicídio é prevenível em 90% dos casos, como aponta a Organização Mundial da Saúde, por isso é importante discutir sobre como podemos apoiar a prevenção e isso envolve informações e conhecimento.
Precisamos reconhecer sinais, diferenciar mitos e verdades, ouvir profissionais e ter acesso a formas de apoio, como o próprio CVV. Falar também é a melhor opção quando enxergamos pelos olhos de quem pensa em suicídio. Essas pessoas sofrem e não visualizam saída para suas dores, pensando no suicídio como uma forma de “livrar-se da dor”.
Assim como os outros sentimentos, como alegria, orgulho, amor, a dor precisa ser expressa, senão sufoca. Por isso, é importante profissionais colocarem-se a disposição para todos que queiram falar sobre o que estão sentindo, para possibilitar que a dor saia por meio de palavras, e não por atos de agressão contra si e contra os outros.
Para apoiar, busque ter um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo. Procurar saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente.
Essa conversa pode obter melhores resultados se for feita em um lugar tranquilo, sem pressa, respeitando o tempo da pessoa para se abrir. Caso a pessoa se sinta à vontade para compartilhar o seu sofrimento, não é indicado: rechaçar (“Credo, isso é pecado!”), esboçar expressões de choque (“Não acredito que você tá pensando nisso!”) e reprimir, caso o choro venha (“Pra que chorar? Você sempre teve tudo do bom e do melhor!”).
A escuta ativa deve sempre estar presente nesses diálogos. Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo, e claro sem julgamentos.
Oferecer suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes. Se a pessoa falar claramente sobre os seus planos de se matar e parece estar decidida quanto a isso, é primordial que ela não seja deixada sozinha. Podem ser contatados os serviços de saúde mental e familiares/amigos da pessoa. Pode ser necessário que ela fique em um ambiente seguro, sendo auxiliada por um profissional.
O CVV – Centro de Valorização da Vida atende de voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. através do número 188.
Por isso acreditamos que falar é a melhor solução. Seja solidário. Nunca sabemos o que cada pessoa enfrenta.
Fontes:
https://www.cvv.org.br
https://minutosaudavel.com.br/setembro-amarelo
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